sexta-feira, março 06, 2009

O homem: um macaco pelado?

Neste mundo, muita gente diz muita coisa. Dentre estas muitas coisas, devo ter sido responsável por alguns milhões de dizeres. Dentre estes milhões de dizeres, algumas milhares de besteiras – como diria o Chaves( não o Hugo) – me escapuliram. E olha que eu sou apenas um; e um nem tão besta assim. Mas a estatística em que me baseio não tem nada de científica. Pensando bem, ela não possui nada da Estatística. É, com todo o peso da palavra, e com todas conseqüências da atitude, um chute. E é, possivelmente, mais uma besteira que “me escapuliu”.
Chego a este ponto - e tendo concluído o primeiro parágrafo do modo que concluí - honestamente não sei como continuar. Sinto ganas de apagar o que já foi escrito, mas sinto pena. Sinto pena do esforço que despendi. Sinto pena do tempo que me tomaram aquelas linhas. Sinto pena do leitor. Espero. Tenho paciência. Na verdade não é paciência. Chamo de paciência porque tenho vergonha de chamar o que sinto pelo seu nome verdadeiro. Seu nome verdadeiro é uma realidade vergonhosa. Passar vergonha exige muita coragem. Encho-me, pois, de coragem. Chamarei pelo seu nome verdadeiro o que sinto. O que sinto é...Preguiça. Mas ela não me impede de ler o título deste texto, e eis que de repente me lembro o porquê de eu ter começado a escrevê-lo.
Eu tenho um amigo que é biólogo e professor. Trabalhávamos juntos na mesma escola, e certo dia, em meio a uma conversa, ele sentenciou: “O homem é um macaco pelado”. No momento, achei a frase espirituosa, inteligente, e sorri. Enquanto eu distendia meus lábios e mostrava meus dentes, meu cérebro – não sem minha importante ajuda - guardou aquela frase em algum lugar que eu não vejo, não toco, mas que sei que existe; sei que existe porque hoje (quinta-feira), estudando o livro Trivium, escrito pela irmã Miriam Joseph, o tal lugar foi invadido, arrombado, assaltado, e de dentro dele foi seqüestrada a frase “O homem é um macaco pelado”. Mas o quê fez com que a leitura do livro tomasse de assalto minha memória, e surrupiasse à minha consciência a tal frase?
Eis o mistério e o motivo deste artigo, que agora lhes revelo: o homem NÃO É UM MACACO PELADO! Querem provas filosóficas? (sei que muitos vão responder que não e - como meu irmão - vão cair de sono; mas peço um pouco de complacência, afinal de contas já chegamos tão longe...) Eis, então, o que vocês anseiam:
Prova filosófica: no livro, a irmã Miriam escreve que tudo aquilo que é matéria física (ou seja, tudo aquilo que pode ser tocado, visto...) é constituído de: a) matéria; e b) forma. Sendo entes físicos, homens e macacos têm, pois, matéria e forma.
“Mas o que é matéria?” questiona, interessadíssimo, meu irmão. Matéria – respondo – é aquilo de que é feito o ser; é aquilo que recebe uma determinada forma.
“E forma? O que é forma?” insiste ele, concentradíssimo. Forma é a essência; é o que faz o ser ser o que ele é. No presente caso, macacos e homens têm matérias iguais, mas formas radicalmente diferentes.
Dou o braço a torcer (pouquinho) que se compararmos um homem a uma pedra, ele e o macaco parecerão gêmeos siameses. Tudo por que a forma, a essência do homem, é mais próxima da de um macaco do que da de uma pedra. Mas e se comparássemos a nossa essência com a de um macaco? Para responder a esta questão, imaginemos o seguinte diálogo entre o meu amigo biólogo e eu:
- O homem é um macaco pelado! – exclama.
- Você realmente acredita nisso? – pergunto.
- Sim! - diz. E argumenta:
- Temos, nós e os macacos, 98% da carga genética similar. A genética prova! A ciência prova!
Intrigado, indago:
- Se a única diferença entre o homem e o macaco são os pêlos, por que você não se consulta com um chimpanzé ao ficar doente?
Meu amigo cala. Eu o encaro:
-Você confiaria em um capitão orangotango se tivesse que voar do Rio a São Paulo?
Meu amigo balbucia. Não silencio:
- O que você acharia de entregar a educação de seus filhos a um macaco-prego? E que tal um sacerdote babuíno? E por que você não se casa com um gorila?
Imagino a cara do meu amigo. Caso tivéssemos travado a conversa acima, não sei continuaríamos amigos. Por mim, sim. Por ele...Talvez, se ele aceitasse a besteira que disse como tal.
Ah! Lembrei por que eu comecei o texto dizendo o que eu disse.

quarta-feira, março 04, 2009

Informações sobre o Foro de São Paulo

Nos endereços abaixo vocês encontraram importantes informações (um livro em formato pdf e uma entrevista do presidente da Unoamérica) sobre o Foro de São Paulo.

http://notalatina.blogspot.com/

The Sao Paulo Forum: A Threat to Freedom in Latin America

domingo, março 01, 2009

O lado obscuro de Guevara

Quem nunca trombou com uma pessoa que vestia uma camiseta em que estava estampada uma imagem do guerrilheiro socialista Ernesto "Che" Chevara? Isto é uma coisa muito comum. Não é para menos: Che Guevara tornou-se um símbolo; e como todo símbolo, ele é estampado, exposto e publicizado. É estampado, exposto e publicizado como tantos outros símbolos; como o 'M' do Macdonalds, por exemplo; ou então como a Cruz católica; ou ainda como a estrela de Davi. Enfim, o rosto de Che Guevara é cheio de significados.
Em geral as pessoas associam Che Guevara a uma atitude revolucionária; a uma postura contestadora do 'sistema capitalista', das 'injustiças sociais'. Guevara foi transformado em símbolo do inconformismo. E é assim que é mostrado. Em 4 anos, dois filmes sobre Che Guevara foram lançados. E em ambos ele é mostrado exatamente desta forma.
O primeiro, de 2004, chama-se Diários de Motocicleta, e foi dirigido pelo brasileiro Walter Salles. O segundo, Che , é de 2008 e foi dirigido por Steven Soderbergh.
Em Diários de Motocicleta, Salles nos mostra um Guevara jovem e doente, mas aventureiro e destemido; um Guevara que viaja pela América do Sul com seu amigo em uma motocicleta, e que por entre tropeços e dramas típicos de um empreitada desse vulto, conhece a pobreza trágica de nosso continente, sofrendo com tal conhecimento uma profunda modificação.
Infelizmente ainda não assisti ao filme Che. Mas em um vídeo do youtube uma entrevista polêmica com Benicio del Toro - ator que interpreta Guevara neste filme - nos lança uma questâo: será que a imagem que nos foi passada de Che Guevara corresponde à realidade histórica? Será que ele foi o bom moço destemido e preocupado com as injustiças? Será que as virtudes que o transformaram em símbolo corresponde à realidade de Che Guevara?


Vai um endereço que comenta e transcreve partes da entrevista:http://olhodevidro.sertaofilmes.com/2009/01/30/benicio-del-toro-e-o-filme-che/

Assistam ao vídeo no endereço http://www.youtube.com/watch?v=IZGTV6FbBXM