segunda-feira, janeiro 15, 2007

A esperança e o medo

O pensamento e os regimes socialistas/comunistas canalizaram (e ainda canalizam) a esperança de muitas pessoas; esperança em um mundo mais justo, mais humano e – característica fundamental da esquerda – mais igual.
O grande problema, o problema histórico, é que muitas dessas pessoas que apoiaram tais regimes estavam, sim, cheias de esperança, mas elas não carregavam em seus corações nenhum resquício de medo. No comunismo elas apostaram todas suas fichas, todos seus desejos, e nesse caso a falta de medo não foi (e ainda não é) - como podem pensar alguns – coragem extrema. Foi (e ainda é), isso sim, uma grande ingenuidade, uma nefasta racionalização, uma descompensada crença no ser humano. Ora, não é possível criar (ou recriar) o Paraíso na Terra! E é justamente esse o objetivo e a bandeira dos movimentos socialistas/comunistas. Eles crêem ser os portadores de toda bondade, de toda verdade, de toda certeza; eles crêem que seus membros são os mais honestos, os mais bem intencionados, os mais éticos, os mais-mais. Para eles, todo pensamento conservador (e isso boa parte da sociedade assimilou) é nazista, fascista, racista, e fora da esquerda não há nada que preste, que tenha sentimentos nobres, razoáveis e corretos.
As idéias têm conseqüências. E não por acaso as conseqüências dos regimes socialistas/comunistas foram as mais terríveis da História. Muito se diz do nazismo, mas o stalinismo na URSS, e o maoísmo na China exterminaram juntos 130 milhões de pessoas, enquanto o regime alemão exterminou 7 milhões. Nenhuma dessas atrocidades é justificável, mas não há dúvida que os regimes esquerdistas foram de longe mais hediondos, mais funestos, mais atrozes do que o nazismo.
Vez ou outra sai uma notícia do surgimento de movimentos neo-nazistas na Europa. Deus me livre do ressurgimento e do fortalecimento desse ideal! Mas Deus me livre também do neo-socialismo! E foi justamente a sagração desse que Hugo Chavez proclamou: “Pátria, socialismo, o muerte!” exclamou o Presidente venezuelano, bradando a construção do socialismo do século XXI.
No meio do século XX o socialismo/comunismo já era uma impostura (como diria o escritor Gustavo Corção). No início do século XXI, ele segue sendo uma impostura! E pior, uma impostura fortalecida pela não temeridade com que ela avança sobre o nosso continente.
O medo é a consciência do perigo. A esperança nunca deve vencer o medo.